22 junho 2005

A Greve dos Professores


Vocês viram a triste figura que Paulo Sucena e João Dias da Silva têm vindo a fazer no processo da greve dos professores?

Como se não bastasse aquela imagem que nos deixaram de que teriam "visto professores chorar de raiva, por terem medo de consequências disciplinares, e por isso não fazerem greve apesar de quererem" (acreditaria mais facilmente se me dissessem que alguns professores choraram de raiva por a greve ter sido marcada para dias em que os mesmos nunca a poderiam fazer por não quererem prejudicar os alunos – sim, porque eu acredito que um professor, em condições normais, pensa assim) ainda vieram à televisão fazer o choradinho de que, se não fossem os serviços mínimos, teria sido a maior greve de sempre.

Não vou tão longe como Miguel Sousa Tavares, que defende que o principal (único?) objectivo da greve era a paralisação dos exames e o caos daí decorrente, mas lá que não andamos longe disso, não andamos.

É que estivemos à beira de um Verão completamente arruinado para dezenas de milhar de famílias, enquanto os responsáveis por isso (que eu não acredito que tenham a verdadeira noção da monstruosidade do que estiveram quase a provocar) se passeiam alegremente pelas televisões e rádios a queixar-se dos serviços mínimos, quando nada fizeram até agora para que os mesmos fossem definidos pelos próprios Sindicatos.

Resta-me o consolo de que, aos poucos, as pessoas vão começando a olhar para os dirigentes sindicais como pessoas tão afastadas das actividades de que tanto falam, que o que dizem vai perdendo a pouca importância que ainda tem a cada dia que passa.