Pérolas da Publicidade - Episódio 1
De há uns tempos para cá, sempre que vou ao hipermercado fazer compras, não é sem receio que entro no corredor dos detergentes.
Largo o carrinho a alguns metros de distância e, pé ante pé, finjo que passo ao largo, sem entrar no corredor de onde preciso de tirar duas ou três coisas. Só depois deste ritual é que me atrevo a entrar.
E porquê?
Porque tenho medo de ser interpelado por aquele tipo de criatura com sorriso de "Joker" que, antes que possamos evitá-lo, nos atira para a camisa uma mistura de azeite com chocolate com lama com leite creme com manteida de amendoim com mel. Acto contínuo, propõe-se limpar aquilo tudo com um detergente magnífico que está em demonstração (e cuja identificação tenho de fazer de olhos vendados, e ameaçar fugir com a embalagem debaixo do braço se a mesma não me for oferecida).
Oh, senhores, vamos lá por partes:
Largo o carrinho a alguns metros de distância e, pé ante pé, finjo que passo ao largo, sem entrar no corredor de onde preciso de tirar duas ou três coisas. Só depois deste ritual é que me atrevo a entrar.
E porquê?
Porque tenho medo de ser interpelado por aquele tipo de criatura com sorriso de "Joker" que, antes que possamos evitá-lo, nos atira para a camisa uma mistura de azeite com chocolate com lama com leite creme com manteida de amendoim com mel. Acto contínuo, propõe-se limpar aquilo tudo com um detergente magnífico que está em demonstração (e cuja identificação tenho de fazer de olhos vendados, e ameaçar fugir com a embalagem debaixo do braço se a mesma não me for oferecida).
Oh, senhores, vamos lá por partes:
- se eu não estivesse satisfeito com o estado de limpeza da minha camisa, tinha levado outra;
- ao contrário do que os senhores dão a entender, a limpeza da camisa não se faz no espaço de 20 segundos que dura o anúncio - lá em casa demora pelo menos duas horas, e com um detergente que não é seguramente pior do que o vosso;
- não estou disposto a despir a camisa em qualquer sítio (o hipermercado tem câmaras de vigilância e estou sujeito a ir preso por atentado ao pudor).
Acho que a presença destas criaturas devia ser assinalada logo à entrada do hipermercado com cartazes de tamanho adequado. Assim é que era, porque me dava tempo para telefonar para casa: "Querida, hoje vou demorar mais um pouco, porque acabo de sujar a camisa e já sei quem vai lavá-la."
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