Parábola da vida moderna
Estava estafado.
Acabava de fazer uma directa para acabar aquele trabalho que o estúpido do chefe não soubera organizar para ficar pronto a horas. Saiu para ir a casa refrescar-se e mudar de roupa.
Estava pior que uma barata e a coisa não melhorou quando se deparou com o outro, impecavelmente fardado, de bloco na mão e esferográfica a desenhar letras furiosamente.
- Ó xô guarda, masatão...
O outro ainda ergueu o olhar por sobre os óculos, mas continuou a escrever.
- Mas foi só um bocadinho...
Era mentira, mas valia tudo. A esferográfica coninuava, imparável. A mostarda subiu-lhe ao nariz:
- Acordou mal disposto e os outros que paguem, não é?
Atingiu o alvo. O outro deu uma volta ao carro, fixou o olhar num dos pneus, e puxou de novo do bloco, para escrever na folha a seguir. Não se conteve:
- Sacanas. Pagamos o vosso salário e vocês agradecem assim, não é? Cambada de chulos.
Nova volta ao carro e terceiro papelinho a começar a ser preenchido.
Desistiu.
Andou uns metros, virou a esquina, e pouco depois, entrou no seu carro e dirigiu-se a casa.
Enquanto conduzia, pensava:
- Há dias do camandro. Bom, mas podia ser pior. Aquele carro podia ser meu e não do chefe...
Acabava de fazer uma directa para acabar aquele trabalho que o estúpido do chefe não soubera organizar para ficar pronto a horas. Saiu para ir a casa refrescar-se e mudar de roupa.
Estava pior que uma barata e a coisa não melhorou quando se deparou com o outro, impecavelmente fardado, de bloco na mão e esferográfica a desenhar letras furiosamente.
- Ó xô guarda, masatão...
O outro ainda ergueu o olhar por sobre os óculos, mas continuou a escrever.
- Mas foi só um bocadinho...
Era mentira, mas valia tudo. A esferográfica coninuava, imparável. A mostarda subiu-lhe ao nariz:
- Acordou mal disposto e os outros que paguem, não é?
Atingiu o alvo. O outro deu uma volta ao carro, fixou o olhar num dos pneus, e puxou de novo do bloco, para escrever na folha a seguir. Não se conteve:
- Sacanas. Pagamos o vosso salário e vocês agradecem assim, não é? Cambada de chulos.
Nova volta ao carro e terceiro papelinho a começar a ser preenchido.
Desistiu.
Andou uns metros, virou a esquina, e pouco depois, entrou no seu carro e dirigiu-se a casa.
Enquanto conduzia, pensava:
- Há dias do camandro. Bom, mas podia ser pior. Aquele carro podia ser meu e não do chefe...
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