22 junho 2005

O Coito


Vocês têm visto as proporções que tem assumido o caso Fátima Felgueiras?

Em todos os casos em que a lei a favorece, quase arrancamos os cabelos, mas lá vamos engolindo (Fátima Felgueiras até pediu a suspensão do mandato, mas como o fez por mail, o documento não vinha assinado e por isso não valeu, e mesmo que valesse, como não trazia morada para notificação da decisão, deixava de valer).

Em todos os casos em que a lei está contra ela (e são pelo menos 24, sem contar com a fuga) não se consegue aplicá-la (à lei).

E lá vai a senhora pondo ares de grande injustiçada e ofendida.

Isto traz-me à memória aqueles meninos (do tempo da minha escola primária) que gostavam de jogar à apanhada mas que invariavelmente gritavam "coito" um segundo antes de serem apanhados e assim evitavam ter que correr mais do que os outros (nada de confusões, "coito" representa um local seguro no jogo em causa – a gente nessa altura sabia lá o verdadeiro significado da palavra) e os "coitos" do jogo, por muito que estivessem claramente definidos desde o início, lá iam crescendo em número, porque, regra geral, os meninos em causa eram os donos da bola a utilizar no dia seguinte.

Ó senhores polícias, guardas, delegados e assim: digam lá à senhora que pode vir descansada fazer campanha eleitoral e depois, como quem não quer a coisa, espetem-lhe com as algemas no aeroporto dizendo que sim, senhor, já se vai tratar de a libertar, e tal, é só preencher a papelada, e livrem-nos desta criatura.