Um mais um? É fácil, é fazer a conta...

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Vocês viram os resultados do exame de Matemática do 9º ano?

Pois é, a coisa não está nada bem.

O que eu acho mais curioso é que, dos meninos que tiveram negativa no exame (cerca de 60 000 em 85 000), dois terços até acabaram por ter nota para não chumbar na disciplina, por causa do resultado que traziam da avaliação contínua. Ora aqui é que a porca torce o rabo. Como é que isto aconteceu?

Eu já estava à espera de que os pais achassem que a culpa é dos professores e que os professoras achassem que a culpa é da "falta de estratégias para o ensino".

O que eu não esperava é que se esquecessem de que:

• os alunos também têm culpa porque não querem trabalhar;
• os pais dos alunos também têm culpa porque não os incentivam a trabalhar, nem lhes dão condições para tal (não se esquecendo no entanto, de lhes dar condições de lazer nunca vistas);
• os professores não podem andar um ano inteiro a fazer testes deliberadamente fáceis e a corrigi-los generosamente, dando a noção de que os alunos sabem, para depois, ao primeiro teste a sério, todos falharem clamorosamente.

Por tudo isto se conclui que:

• o ensino não está a ser levado a sério por quase ninguém;
• as pressões para acabar com estes exames vão ser cada vez maiores;
• vão voltar em grande força as duas frases-chave da educação: "O meu filho é muito bom aluno, mas os professores não o compreendem" e "O meu filho até é inteligente, mas é muito nervoso".