07 outubro 2005

Western Alfacinha


As eleições autárquicas de Lisboa fazem lembrar o conjunto de personagens de um Western.


O bom - É a Maria José Nogueira Pinto. Estudou tudo, sabe de tudo, não se enerva. Não vai ter um número de votos por aí além porque quando chega a altura de pôr a cruzinha, há sempre uma força invisível que não deixa a caneta aproximar-se do quadradinho do CDS/PP. Mas lá que é uma excelente candidata, é. Mesmo tendo em conta aquele exagero da viagem de táxi até à Ota. É claro que hoje, para ir até à Ota, se demora uma hora e se gasta cerca de 40 Euros, mas ninguém acredita verdadeiramente que se construa um aeroporto sem uma Auto-Estrada e Transportes Públicos rápidos e baratos para lá chegar. Pareceu-me um tiro no pé.

O mau - É o Carmona Rodrigues. É mau porque esteve associado ao Santana Lopes, é mau porque há sempre coisas que correm menos bem e é facil culpar quem lá está, mas é mau principalmente por causa daquele cartaz em que, arregaçando as mangas, diz: "Vamos a isto, Lisboa". Parace que nos está a desafiar para a pancada no beco mais próximo.

O vilão - É o Carrilho. Desordeiro, conflituoso, parece que quer bater em tudo e todos, e estava muito mal preparado para debater fosse com quem fosse. Até o emplastro lhe ganhava um debate. E as fotografias? Como é que é possível que um homem com tão bom aspecto fique tão mal em todas, mas mesmo todas? A "pièce de resistance" é aquela em que aparece com Maria de Belém. É de ir às lágrimas.

Mas, como em todos os western's, há ainda os actores secundários:

O Gato Pingado (ou Cangalheiro) - É o Sá Fernandes. Sob a capa de "gostar de Lisboa", vai deitando abaixo tudo o que pode. Quando fui ao Tivoli ver o "Gato Fedorento" e vi que ele estava lá, receei que o espectáculo não chegasse ao fim, mas como era fim de semana, não houve tempo de juntar três juízes (até porque deviam estar em estágio para o Benfica-Sporting).

O barman (ou outra qulquer personagem irrelevante) - É o Ruben de Carvalho.Ninguém lhe liga grande coisa, nem mesmo o próprio. O PCP já não é o que era. Um cartaz gigante colocado na Praça de Espanha (composto por vários bocados) já estava a descolar-se há muito quando a campanha começou.

Enfim, depois disto tudo, venha o diabo e escolha, porque eu não sou capaz. Vou votar, mas em nenhum deles.