19 outubro 2005

Pérolas da Publicidade - Episódio 2


Eu esperava que, mais cedo ou mais tarde, o anúncio deixasse de passar na televisão.

Mas não. Noite após noite, ele lá está.

E porque embirro eu com o anúncio? Porque transmite uma série de mensagens que não favorecem o objectivo da publicidade. Vejamos:

  • é normal um tipo pretender fazer passar na garganta um bocado de carne do tamanho de um carrinho da Bburago (bom, se calhar é melhor não ir por aqui, porque tenho lá em casa alguém que come um bife em quatro garfadas sem mastigar - deve ter medo que lho roubem);
  • não espere que um empregado do restaurante o ajude em caso de dificuldade (o empregado experimenta soprar para a cara do cliente e dá-lhe uma valente palmada nas costas, no sítio errado);
  • à pergunta "há um médico na sala?" a resposta é a entrada de um médico carregado de bom aspecto vindo da cozinha (???) já com a bata vestida e de estetoscópio ao pescoço;
  • o médico em causa já sabe quando entra qual é o problema do homem e resolve-o em 3 segundos (alguma vez viram isto acontecer?);
  • a acompanhante do "doente" apaixona-se pelo médico, que entretanto lhe deu o número de telefone (???).
Em resumo, quando foram a um restaurante deixem bem claro que, em caso de emergência:

  • não deve ser chamado um médico bonito;
  • se tiver mesmo que ser um médico bonito, a vossa acompanhante deve ser removida do local antes de o médico ser chamado (porque a seguir já não há tempo, como se vê pelo anúncio).
Se o restaurante não estiver pelos ajustes, coma sopa, já que qualquer engasganço pode ser perigoso para a testa.


Nota: o post "Pérolas da Publicidade - Episódio 1" sobre detergentes sofreu um acidente e foi removido para reparação. Quando estiver reparado, voltará ao seu lugar (a data do post era 26 de Setembro).