09 novembro 2005

Não batam mais no ceguinho - Parte 2


Já estou um bocado farto do que se vai dizendo acerca do golo não validado da União de Leiria em Alvalade.

Se tivermos em conta que os melhores jogadores em campo cometem vários erros durante um jogo e os adeptos lá vão aceitando a coisa menos mal (uma grande penalidade falhada pelo Simão ou um golo falhado de baliza aberta pelo Nuno Gomes só afecta os adeptos no momento) e a seguir compararmos os salários destes com os dos árbitros, facilmente se conclui que só não falha quem lá não está e que os jogadores têm muito mais obrigação de fazer tudo bem do que os árbitros, que no dia seguinte vão trabalhar para o Banco ou para os Correios para ganhar boa parte do seu sustento.

E como os adeptos (que já o são mais através da televisão do que da presença nos estádios) às vezes só conseguem tirar uma conclusão definitiva após a quadragésima nona repetição ao "ralenti" (a que o árbitro não tem acesso no momento) o melhor que têm a fazer é estar calados.

Ainda bem que isto aconteceu em Alvalade, porque se tivesse sido na Luz (ou Nova Luz) eu não poderia estar aqui calmamente a escrever isto.

Claro que algumas situações confusas têm solução. Por exemplo, se uma simulação de falta dentro ou perto da área, após comprovada por imagens, desse direito a uma suspensão por quatro jogos, de certeza que os árbitros nunca falhavam na marcação desse tipo de faltas, porque ninguém simulava, restando apenas por assinalar faltas genuínas.

Mas gostavam que fosse assim?

A verdade é que, nas actuais circunstâncias, todos ganham. No dia seguinte quem ganhou está contente e quem perdeu pode sempre dizer: "Se não fosse o árbitro, nós tínhamos ganho".

E cá vamos vivendo.