11 janeiro 2006

Ao menos não chateiem


Se calhar o Mário Soares até tem razão quando critica a falta de isenção da comunicação social.

Claro que não vou aqui aproveitar para fazer campanha pelo velhote, que não precisa de mim para fazer estragos nas previsões alheias.

Não. Este post é sobre o Garcia Pereira. Já gozei com ele num post antigo, mas desta vez tenho que reconhecer que não foi bem tratado.

E não estou a falar da ausência dele nos debates. Representa demasiado pouca gente para ter direito a fazer cinco debates longos na TV e as audiências mandam o que mandam.

Não. Estou a falar de uma reportagem que vi esta manhã na Sic Notícias sobre a presença deste candidato num certo noticiário de ontem.

A notícia que vi hoje durou um minuto. Tivémos direito a ouvir o candidato durante 20 segundos e, durante os outros 40, o jornalista a dizer, por outras palavras, o mesmo que o candidato tinha dito.

Mas o pior não foi isso. É que, enquanto o jornalista falava, as imagens mostravam o candidato na maquilhagem (tipo cadeira de barbeiro, com toalha e tudo), o candidato durante a colocação do microfone na lapela e o candidato a entrar nas instalações da televisão.

Quando se trata de figuras que passam a vida na televisão, estas imagens são correntes e nada têm de extraordinário.

Mas quando se trata de uma pessoa que só muito raramente se vê na televisão (muito menos do que o próprio gostaria), e que, quando aparece, é extremamente acutilante (e até agressivo) no discurso, a apresentação destas imagens produz um efeito de menorização da imagem pública do candidato..

Garcia Pereira foi meu professor na Universidade em 1987/1988 e, do contacto com ele, restam-me as melhores recordações.

Passava muito bem sem ter visto a "humilhação" a que a Sic Notícias o sujeitou.