25 novembro 2005

Masatão...

O Bibi é meu vizinho!

Quer dizer, não é vizinhovizinhovizinho... é vizinho!

Bem vistas as coisas, eu moro numa ponta do Bairro (que nem se chama Bairro Santos, mas Bairro da Bélgica) e ele mora na outra ponta, numa zona de habitação social que, muito adequadamente, começa onde acabam o Hotel Metropolitan e o Edifício da Bolsa (mesmo ao lado da sede do PCP).

Hoje de manhã, quando saía do café, era só carros de reportagem da televisão e até um helicóptero sobrevoou o bairro. Pelo menos, devemos estar mais seguros.

Na Rádio Comercial, a locutora do noticiário chamou ao bairro "Bairro dos Santos". Nunca tinha ouvido este nome, mas se calhar só passou a chamar-se assim desde que o Bibi voltou (desculpei a rapariga, quanto mais não seja porque, mais à frente no noticiário, quando falava das baixíssimas temperaturas que se fazem sentir no interior norte do país se saiu com uma que eu nunca tinha ouvido: "está um tempo excelente para ficar em casa a ouvir a alcatifa crescer").

Ora, como ainda só foram ouvidas 100 das 700 testemunhas do julgamento, e as sessões prometem multiplicar-se, receio bem que este aparato à volta do mui recatado bairro em que vivo venha a tornar-se uma constante.

Será que a vida de Bibi corre perigo? Creio bem que sim. Por um lado, se ele tiver a possibilidade de implicar alguém importante cujo nome ainda não tenha sido mencionado, pode haver um atentado contra a vida de Bibi. Por outro, se se verificar que é tudo palha, acredito que muito jornalista ou advogado de vítimas ou comentador televisivo, após perceber as figurinhas que andou a fazer, possa também tentar molhar a sopa.

Em qualquer dos casos, só pedia que se despachassem: eu queria recuperar o sossego do bairro antes do Natal.