Um tipo desvia o olhar para ir acompanhando uns joguitos de futebol e, quando dá por si (ou seja, após a final do Mundial), está o país a arder, morrem bombeiros, testam-se mísseis de longo alcance para as bandas da Coreia, enfim, um regabofe.
Não se percebe muito bem porque é que o mundo não fechou mesmo todo para férias.
Lá acabou a coisa, a selecção regressou, foi levada em ombros e está tudo bem.
Não jogámos o futebol bonito de outros tempos, mas chegámos longe, mais longe do que talvez merecêssemos, com grande destaque para os que surpreenderam pela positiva: Figo e Fernando Meira.
Ficam por explicar umas quantas coisitas, mas isso também é normal (toda a gente ficou com a ideia de que, com Nuno Gomes, se poderia ter ido um pouco mais longe, etc.) e não vale muito a pena pensar mais nisso.
Agora, o que a FIFA tem que explicar é porque é que escolheu Podolski como melhor jogador jovem do torneio, quando o seu competidor directo era Cristiano Ronaldo e ambos ainda tinham mais um jogo para jogar (não que eu ache que o português merecia mais o título - de resto, nem sou grande fã do rapazola - mas pelo menos esperava-se um pouco mais para dar a notícia).
Já muito bem atribuída foi a Bola de Ouro (melhor jogador do torneio) a Zinedine Zidane. É que de facto fez um Mundial extraordinário. E nem sequer deixou de nos brindar com uma daquelas suas jogadas de génio, especialmente no jogo de cabeça. Foi durante o prolongamento da final e ficámos todos a saber como se cabeceia como deve ser: de cima para baixo, com grande intensidade e potência. Pena foi que fosse no esterno de Materazzi e não na bola, talvez não tivessem perdido.