26 junho 2006

E porque nem tudo são rosas

Posso estar enganado, mas ia jurar que a esta hora já há um considerável número de estabelecimentos comerciais a ter que devolver dinheiro aos clientes que aderiram a campanhas do tipo "se Portugal for campeão mundial devolvemos-lhe o dinheiro".

É que havia alguns que já prometiam devoluções parciais nos quartos de final.

Vai ser bonito, vê-los torcer por Inglaterra.

Heróis do Mar


Excelente campanha da Selecção Nacional.

Deixámos em absoluto de jogar bonito durante jogos inteiros. Agora só jogamos bonito até estarmos a ganhar. Mas a solidez defensiva e o companheirismo demonstrados até compensam.

Não sou grande admirador de Scolari, nem da escolha dos 23, nem do modelo de formação da Selecção. Mas os que lá estão têm sempre o meu apoio incondicional. E, apesar de não gostar de Scolari, tenho que reconhecer que nunca vi a Selecção tão unida como agora.

Contra Angola, jogou-se apenas o suficiente para os três pontos e para não humilhar.

Contra o Irão, já se jogou mais um pouco.

Contra o México, só se jogou mesmo por desfastio.

Contra a Holanda, já a coisa fiou mais fino. O adversário estava a atravessar um bom momento e já se sabia que ia ser difícil. O jogo descambou para o violento, mas eles é que começaram e o árbitro deixou.

Parece que anda aí um movimento a tentar despenalizar um dos cartões do Deco, mas talvez não seja grande ideia, já que o primeiro podia muito bem ter sido vermelho e, se chafurdamos muito, ainda castigam o Figo.

Creio que podemos jogar bem sem Costinha e sem Deco mas, se passarmos, talvez passemos menos bem sem Maniche, Petit, Ricardo e Nuno Valente, pelo que devem ter cuidado no próximo jogo.

Confirmou-se que somos o carrasco da Holanda, e temos oportunidade de confirmar sermos também o da Inglaterra (já nem me lembro de perder com a Inglaterra) mas vai ser também muito difícil. Acredito que seja jogo para poucos cartões, pois os ingleses gostam mesmo é de jogar. Mas têm jogado pouco e se acordam todos ao mesmo tempo, a coisa pode ficar feia.

Acredito que podemos passar, mas não são favas contadas.

Já agora, recordo que a Selecção já igualou o feito de 1966, ou seja, quatro vitórias consecutivas. Só que em 1966 havia metade das equipas na fase final e, por isso, ao fim de quatro vitórias, já se estava nas meias finais.

23 junho 2006

Será?

Parece que, por razões de segurança, estão a ser encerrados parques infantis às centenas, um pouco por todo o país.

O meu primeiro receio é que a falta de meios venha a impedir que reabram, por não ser possível investir mais.

Mas o meu maior receio é que, no meio da confusão, Sobral de Monte Agraço tenha deixado de ter parque infantil.

20 junho 2006

Como o tempo passa depressa



É verdade. Faz hoje um ano que a aventura começou.

E cá estou de volta mais uma vez

Após umas pequenas férias, cá estou novamente.

Por agora, vou só colocar uma imagem que ilustra a primeira parte do post anterior.

É do Bandeira, claro.



02 junho 2006

Não será um "nadica" exagerado?

Vai por aí grande confusão a respeito do Mundial de Futebol.

Por um lado, reabriu a temporada do antifutebolismo primário, onde se defende que quem não é capaz de ter um Sartre aberto na mão esquerda enquanto com a direita leva o garfo à boca não é digno de se passear no mundo dos vivos.

Por outro, temos aquele numeroso grupo de tarados para os quais o apuramento para uma fase final seja do que for é condição suficiente para se trazer o caneco.

Mas anda tudo maluco?

Então um tipo já não pode sentar-se no sofá apenas para ver um jogo do Mundial, sem ter que estar a pensar na desgraça que é sairmos da coisa com menos do que o título ou na desgraça que é o futebol tomar conta da nossa vida?

Aos primeiros, sempre vos digo: até ao dia em que um discurso de um político qualquer atrair 60.000 pessoas a um local ou uma sessão de leitura de um qualquer livro (Código Da Vinci não incluído, claro) atrair mais espectadores do que moscas, façam o favor de se manter caladinhos e não me chatear o juízo.

Aos últimos, sempre gostaria de recordar o seguinte:
  • se Portugal ficar em primeiro lugar no seu grupo, o percurso provável a caminho da final será Holanda, Inglaterra, Brasil e Argentina/Itália, ou seja, se é possível acreditar na vitória quanto aos dois primeiros, já a passagem à Final está claramente comprometida;
  • se Portugal ficar em segundo lugar no seu grupo, o percurso provável é, nada mais nada menos que Argentina, Alemanha, Itália e Brasil.
Não vos faz pensar duas vezes antes de sonhar com o título? A mim faz.

Faço desde já a minha declaração de expectativas:
  • é obrigatório ficar em primeiro lugar no grupo
  • cumprida a etapa anterior, é legítimo esperar a passagem aos quartos de final
  • cumprida a etapa anterior, é legítimo esperar a passagem às meis finais
Se Portugal ficar em segundo no grupo, o mais provável é voltar para casa logo a seguir, sem que isso constitua uma vergonha por aí além.

E pronto, por aqui me fico a desejar que, antes de pensar na final, alguém se lembrasse de tentar ganhar a Angola.