24 agosto 2007

De volta

Parece que um grupo de labregos decidiu entrar por um milheiral dentro e ir destruindo aquilo a golpe de foice.

Não me espanta que a maioria deles tivesse a cara tapada. É que os paizinhos e avós deles pertencem a gerações ainda muito ligadas à província, com um sentido de respeito pela propriedade dos outros que hoje em dia já não se ensina como antes. E quando vissem na televisão os seus ricos filhinhos a fazer aqueles disparates eram bem capazes de lhes reservar um par de tabefes quando à noite entrassem em casa, ufanos do magnífico feito do dia.

Assim, é muito fácil interpretar as imagens: se tem máscara, ainda vive com os pais; se não tem máscara, já se mudou e não corre riscos à chegada a casa.

Claro que os fedelhos prestaram um péssimo serviço à causa ecológica. Sempre que for abordado por algum ecologista, pensarei sempre que posso estar na presença de um destes parvalhões, e sigo em frente sem ouvir o que têm para me dizer.

O que a GNR nos transmitiu com a sua atitude pasmaceiro-pacífica foi que qualquer anti-tabagista pode um belo dia entrar-me pela casa dentro, e destruir o móvel onde eu tenha pousado o maço de tabaco. Não está mal visto.

Mas pode muito bem ser que os agricultores deste país, à boa maneira de antigamente, estejam preparados para a coisa.


- Já posso, paizinho?
- Só mais um bocadinho. E aponta para o mais gordinho, para não falhares.