30 junho 2005

O Blog segue dentro de momentos

Este fim de semana vou estar em



Para quem não conhece (todo o mundo menos uns quantos), esta terreola pertence à Freguesia de Assentiz, Concelho de Torres Novas e dista 9 km de Tomar.

Vou passear-me por aqui



tomar café aqui


e no domingo, às 9 da madrugada, vou estar aqui.


enfim, vai ser do melhor.

E para que conste, vou de comboio (sim, porque a terreola pode ser pequena e desconhecida, mas tem um apeadeiro a cem metros de casa - ora toma).

Ai, quem me dera...

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Vocês leram este artigo do Luís Delgado?

É que nos últimos dias tem sido sempre disto.

Basicamente, o discurso de Luís Delgado é:



Dito: "Este governo tem que ser combatido por todos os lados."

Pensado: "Ai quem me dera combatê-lo de dentro."

29 junho 2005

Calinadas na Rádio - Episódio 1


Vocês ouviram na Antena 1 aquela novidade?

É que agora temos uma Boys Band masculina.

À primeira vista (ou audição) a coisa pareceu-me apenas uma calinada pura e simples. Trata-se da primeira e única Boys Band de garagem (?) de Portugal. À medida que ia ouvindo a notícia (de que se trata de uma das apostas da nova editora de Rui Veloso - a Maria Records - e que esta banda assume influências de Armando Gama, Carlos Paião e José Cid) a calinada não me saía da cabeça.

Mas depois percebi.

É que, quando passaram uma música da Banda ("Um tanto ou quanto atarantado"), finalmente percebi a necessidade de se dizer que a Boys Band era masculina - é que durante cerca de um terço da música só se ouvem vozes femininas. E como se isso não bastasse, a Banda chama-se "Azeitonas".

Esta coisa de uma Boys Band usar coros femininos tem que se lhe diga.

Às tantas nem foi uma calinada...

28 junho 2005

A Formiga e o Elefante





Vocês viram a decisão tomada pelo V Congresso do MRPP (acho que eram oitenta delegados)? Se não quiserem ir lá ver, o texto é: "...o PCTP/MRPP conclama os trabalhadores portugueses a exigirem e a imporem a organização, convocação e realização de uma Greve Geral Nacional contra o governo de Sócrates e a sua política e pela construção de uma alternativa democrática e popular a esse governo e a essa política."
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Isto não vos faz lembrar aquela formiga que, correndo pelo deserto lado a lado com um elefante, dizia orgulhosamente para o parceiro: "Vês? Vês a poeirada que a gente levanta?"

27 junho 2005

Chiça, é preciso ter azar


Vocês já viram o azar que eu tenho?

Ando eu aqui alegremente a desancar nas argoladas dos outros e, logo ao sétimo post, caio na mesma esparrela.

Refiro-me ao que escrevi
ali em baixo. A minha comadre (mencionada no post) telefonou-me a dizer que não existe na língua portuguesa a palavra "catrapázio". O termo correcto é "cartapácio". É claro que o texto perdia piada, mas rigor é rigor (como dizia Zé Diogo Quintela num episódio do Gato Fedorento: "ganha-se em rigor linguístico, perde-se em chavascal").

Bom, fica reposta a verdade. Ele há coisas...

Olhe que não, Pacheco, olhe que não...


Vocês viram o que o Pacheco Pereira escreveu no Abrupto?

Pois é, o problema é que quando reconhece legitimidade, por exemplo, aos professores para fazerem greve no momento em que ela mais se nota, ou seja, durante a realização de exames, está apenas a esquecer-se de que, ao contrário de outros casos, esta greve produz efeitos que podem prolongar-se excessivamente no tempo. Quando há uma greve de transportes (que afecta sempre muita gente) as pessoas, quer utilizem nesse dia o carro particular, ou os transportes alternativos, ou usem até um dia de férias no emprego, etc., sabem que a greve começa a uma certa hora e termina a uma certa hora e que os efeitos se limitam a esse espaço de tempo. No caso dos exames, não é assim: a nova marcação de todos os exames levaria seguramente a que uma boa parte deles entrasse por Agosto dentro, destruindo por completo as férias de dezenas de milhar de famílias. Não me parece justo que os professores, com um só dia de greve, consigam produzir efeitos na sociedade durante mais de dois meses.

Nota: este comentário foi enviado ao autor do texto e publicado no mesmo dia no blog em causa.

Calinadas na TV - Episódio 2


Vocês ouviram aquele jornalista da Sic Notícias a noticiar o acidente entre a avioneta e o automóvel em Espinho?

Deixando de parte a notícia propriamente dita, o curioso é o modo como o número de mortos no acidente foi tratado de forma tão volátil no Jornal de Domingo, às 23 horas.

O Jornal abriu com a notícia de que teria havido 1 (um) morto e 1 (um) ferido grave.

Logo de seguida, o repórter no local relatava os trabalhos de retirada dos 2 (dois) cadáveres de dentro da viatura).

Seguiram-se outras notícias e, minutos mais tarde, o jornalista ataca com um "retomagórócaso..." e insiste em falar de 1 (um) morto, enquanto no rodapé se referem 2 (dois).

E a coisa prolongou-se pelo Jornal das 24 h., apenas com uma diferença: sempre que falava do número de mortos, começava por dizer 2 (dois) e depois corrigia para 1 (um) na mesma frase.

Pela manhã, já era certo que, do mal o menos, era mesmo só um.

Mas as peripécias do Jornal das 23 h. não se ficaram por aqui.

Ao falar dos incidentes em Israel, e na dúvida sobre se se diz "colonatos" ou "colonados", a solução encontrada foi simples: usar alternadamente as duas.

Também acerca do Orçamento Rectificativo se usou a expressão "o peso do Estado da Economia" em vez de "o peso do Estado na Economia".

Desta gostei particularmente. Como uma só letrinha faz uma diferença tão grande.

A Gaffe


Vocês viram aquela gaffe da Ministra da Educação?


Quando questionada acerca das diferentes decisões tomadas por diferentes tribunais acerca de dois assuntos aparentemente iguais (providências cautelares interpostas por professores a propósito dos serviços mínimos), a Ministra respondeu que o Tribunal dos Açores não era um Tribunal da República.

Quando confrontada com a gaffe, respondeu com grande ligeireza, dizendo que "os Ministros são pessoas normais, que também cometem erros, principalmente quando falam de improviso".

Ó Senhora Ministra, vamos lá por partes:

  • normal sou eu, e nunca me passaria pela cabeça aceitar um cargo ministerial;
  • todos podem cometer erros, mas alguns são tão inaceitáveis, que não podem ser referidos de forma tão ligeira (ou acha que, por exemplo, se a torre de controlo do aeroporto de Lisboa conduzisse dois aviões um contra o outro, aceitaríamos que o controlador de tráfego viesse dizer "os controladores também cometem erros"?);
  • não fale de improviso. Se não sabe, cale-se. Os políticos estariam hoje muito melhor vistos se, de cada vez que não sabem uma resposta dissessem simplesmente "Não sei, respondo depois", em vez de inventarem disparates.

23 junho 2005

Publicidade auto-enganosa


Vocês já viram que há anúncios tão bons, tão bons, que não funcionam?

Somos capazes de nos recordar praticamente de cada palavra, mas não sabemos quem anuncia.

Por exemplo, aquele anúncio do "Eles falam, falam, falam...". Quem é que anunciava?


Ocorreu-me isto num dia em que a minha comadre me falava da existência, junto de sua casa (onde existem uns prédios em construção) de um catrapázio (cataplasma no nosso léxico familiar) com a figura do Ricardo Araújo Pereira e que ela associava à Caixa Geral de Depósitos, quando na verdade se trata do Montepio Geral (experimentem perguntar, vão ver que quase ninguém sabe).

O mesmo acontece com este novo anúncio do "É já a seguir...". Quem sabe? Pois é , também é do Montepio Geral (só que se trata de publicidade a Créditos Pessoais, enquanto o outro se referia a Crédito à Habitação).

Estou convencido de que o BES alterou a sua publicidade justamente por causa disso, ou seja, do antigo "Já falaste com o teu Banco? Não, falei com o teu.", que enfermava do mesmo mal, mudaram para um simples "Já falaste com o teu Banco? Para quê?" e a seguir entrava a voz off que fazia de imediato referência ao BES.

É claro que nem sempre isto acontece. Não acontecia com o pastor do "Tou xim?", nem acontece com a Marta (da OK Tele-Seguro), mas pergunto-me se aquela malta do Montepio já se apercebeu de que muita gente não sabe que a publicidade é deles.

22 junho 2005

O Coito


Vocês têm visto as proporções que tem assumido o caso Fátima Felgueiras?

Em todos os casos em que a lei a favorece, quase arrancamos os cabelos, mas lá vamos engolindo (Fátima Felgueiras até pediu a suspensão do mandato, mas como o fez por mail, o documento não vinha assinado e por isso não valeu, e mesmo que valesse, como não trazia morada para notificação da decisão, deixava de valer).

Em todos os casos em que a lei está contra ela (e são pelo menos 24, sem contar com a fuga) não se consegue aplicá-la (à lei).

E lá vai a senhora pondo ares de grande injustiçada e ofendida.

Isto traz-me à memória aqueles meninos (do tempo da minha escola primária) que gostavam de jogar à apanhada mas que invariavelmente gritavam "coito" um segundo antes de serem apanhados e assim evitavam ter que correr mais do que os outros (nada de confusões, "coito" representa um local seguro no jogo em causa – a gente nessa altura sabia lá o verdadeiro significado da palavra) e os "coitos" do jogo, por muito que estivessem claramente definidos desde o início, lá iam crescendo em número, porque, regra geral, os meninos em causa eram os donos da bola a utilizar no dia seguinte.

Ó senhores polícias, guardas, delegados e assim: digam lá à senhora que pode vir descansada fazer campanha eleitoral e depois, como quem não quer a coisa, espetem-lhe com as algemas no aeroporto dizendo que sim, senhor, já se vai tratar de a libertar, e tal, é só preencher a papelada, e livrem-nos desta criatura.

Calinadas na TV - Episódio 1


Vocês ouviram aquela repórter da TVI que, a propósito de um julgamento (creio que no tribunal do Fundão) em que o réu foi condenado a 24 anos de prisão por esfaqueamento até à morte da sua mulher com requintes de crueldade, nos foi informando acerca dos golpes que o réu "deferiu" na mulher?

O Pódio


Vocês viram a confusão que se armou em torno do Grande Prémio de Fórmula 1 de Indianapolis?

Não estou nada interessado em saber o que provocou a desistência de 7 (sete) escuderias (esta coisa de se considerar perigosos só os circuitos em que os nossos pneus não resultam, mas não concluir o mesmo quando se trata dos pneus dos outros não me convence por aí além).

Para a História fica:
  • em 9 (nove ) Grandes Prémios, Tiago Monteiro acabou todos (não estou pronto para jurar, mas julgo que é o único piloto do Campeonato Mundial que de tal se pode gabar);
  • em boa verdade, Tiago Monteiro só compete contra três adversários e estes não só estavam lá todos, como ficaram todos atrás do português.


Em resumo, façam lá um esforço, e vão ver que não custa nada.


Todos ao mesmo tempo. Um, dois, três: "Parabéns, Tiago".

A Greve dos Professores


Vocês viram a triste figura que Paulo Sucena e João Dias da Silva têm vindo a fazer no processo da greve dos professores?

Como se não bastasse aquela imagem que nos deixaram de que teriam "visto professores chorar de raiva, por terem medo de consequências disciplinares, e por isso não fazerem greve apesar de quererem" (acreditaria mais facilmente se me dissessem que alguns professores choraram de raiva por a greve ter sido marcada para dias em que os mesmos nunca a poderiam fazer por não quererem prejudicar os alunos – sim, porque eu acredito que um professor, em condições normais, pensa assim) ainda vieram à televisão fazer o choradinho de que, se não fossem os serviços mínimos, teria sido a maior greve de sempre.

Não vou tão longe como Miguel Sousa Tavares, que defende que o principal (único?) objectivo da greve era a paralisação dos exames e o caos daí decorrente, mas lá que não andamos longe disso, não andamos.

É que estivemos à beira de um Verão completamente arruinado para dezenas de milhar de famílias, enquanto os responsáveis por isso (que eu não acredito que tenham a verdadeira noção da monstruosidade do que estiveram quase a provocar) se passeiam alegremente pelas televisões e rádios a queixar-se dos serviços mínimos, quando nada fizeram até agora para que os mesmos fossem definidos pelos próprios Sindicatos.

Resta-me o consolo de que, aos poucos, as pessoas vão começando a olhar para os dirigentes sindicais como pessoas tão afastadas das actividades de que tanto falam, que o que dizem vai perdendo a pouca importância que ainda tem a cada dia que passa.


21 junho 2005

O Sorteio dos Árbitros

Vocês viram o que agora passou pela cabeça dos clubes de futebol?

Querem novamente o sorteio dos árbitros para os jogos. Novamente? Tanto quanto julgo saber, a palavra "novamente" não tem aqui cabimento, uma vez que o que se pretende desta vez é o sorteio puro, ou seja:

  • passa a ser permitido, se o capricho do sorteio assim o ditar, que o mesmo árbitro apite todos os jogos de um clube no campeonato;
  • passa a ser permitido ter um árbitro de menor experiência a apitar um jogo crucial para a decisão do título (admitindo que não o são todos os jogos);
  • passa a ser permitido que um árbitro apite um jogo dito importante após várias semanas parado.

Será que isto faz sentido?


Se a moda pega, podemos vir a assistir, na próxima época, ao sorteio semanal de:

  • cor da bola do jogo
  • cartões a exibir e momento do jogo em que são exibidos
  • altura e largura da baliza para o jogo em causa
  • Nuno Gomes e/ou Mantorras
  • duração de cada parte do jogo
  • preço dos bilhetes
  • hora do jogo

Pensando bem, talvez a coisa resultasse. Imaginem o diálogo entre adeptos adversários no final de um Benfica / Sporting:


SLB: Pois, é sempre a mesma coisa, quando jogamos contra o Sporting, o Simão leva sempre os amarelos muito cedo.
SCP: E as balizas? Contra o Benfica, a nossa baliza é sempre maior que a vossa.
SLB: Está calado, que hoje até a bola era verde. E o árbitro deitar moeda ao ar para decidir se aquela jogada era ou não penalty ficou-me aqui atravessado... O que me consola é que em Alvalade, normalmente a segunda parte tem 80 minutos e vocês não aguentam nem 20.
SCP: Isso é o que vamos ver. Se for sorteado um bom preparador físico para o jogo, nem assim vocês se safam.


Estão a ver as tremendas possibilidades?

20 junho 2005

Só para início de conversa

Nem sei bem o que me deu para me meter nisto.
Acho que vou meter muita água pelo caminho.
Mas vamos lá tentar.

O primeiro objectivo deste blog é chamar a atenção para alguns factos que correm o risco de passar despercebidos.

Os restantes objectivos não vêm agora ao caso.

Vamos ver o que isto dá.