30 agosto 2005

Já a pulga tem catarro

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Já há muito que ando para falar disto, mas tem escapado.

Já repararam na linguagem utilizada nos resumos de jogos de futebol da Super Liga que são apresentados na televisão fora dos programas desportivos? É que é de bradar aos céus.
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Utilizam uma linguagem exageradamente sarcástica para comentar os falhanços deste ou daquele jogador e o resultado final lembra alguém a contar uma anedota.

Hei-de voltar a este tema para vos dar alguns exemplos.

Mas o que me levou a escrever sobre isto até nem teve nada a ver com o futebol. É que, ontem à noite, a propósito da acumulação de vencimentos e reformas no Estado a da nova lei que tenta impedir esta situação, Bettencourt Picanço, armado em engraçadinho, comentou: "É uma lei que não aquenta nem arrefenta."

Não é que a expressão não exista, mas é preciso um pouco mais de classe para vir à televisão, em representação de uma montanha de gente, atirar com dichotes destes, que ficam muito bem numa conversa de café, mas caem muito mal em qualquer outra situação.

Peixeiradas

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Ontem houve uma manifestação importante de armadores em Quarteira.


Não digo que não tenham razão, uma vez que a construção de um novo porto é promessa de há muitos anos e há muitos anos por cumprir.

Mas os jornalistas cobrem estas situações com uma falta de rigor que já começa a chatear (isto já tinha sido visto por ocasião do encerramento da Lota de Lisboa).

É que entrevistaram um senhor, que foi identificado na televisão como João Correia, administrador da Docapesca – Quarteira.
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Deixem-me dizer-lhes que:
  • o senhor chama-se João Reis e não João Correia
  • a Docapesca gere mais de 50 lotas no país e só tem 3 administradores (mal seria que um deles estivesse afecto à lota de Quarteira, que só dificilmente estará entre as 20 maiores); transformaram um gestor público em responsável local
  • não me admira que depois, para outros canais, não tivesse sido possível contactar os responsáveis da Docapesca.

Benfica 0 - Gil Vicente 2

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Já muito se escreveu e disse a respeito deste jogo.

Quanto a mim o jogo ficou marcado por 6 erros graves, que passo a enunciar, por ordem de importância:
  1. Simão Sabrosa falhou uma grande penalidade (nunca hei-de perceber porque é que é sempre o mesmo jogador a marcar as grandes penalidades de um clube, já que esse facto dá todas as possibilidades a um guarda redes de conhecer as manias do marcador de serviço; também nunca vou perceber porque é que os adeptos falam tanto dos erros do árbitro e nunca mais se falou da grande penalidade falhada. Resultado: um golo a menos para o Benfica);
  2. Substituição de Ricardo Rocha (se uma equipa apostou em três centrais e um deles se lesionou, porquê substitui-lo por um lateral, quando o Alcides também estava a aquecer? Resultado: os dois golos do Gil Vicente);
  3. Grande penalidade não assinalada sobre Simão Sabrosa (Resultado: nenhum, porque já se viu que naquela noite nem de grande penalidade);
  4. Grande penalidade não assinalada sobre Nuno Gomes (Resultado: nenhum, pela razão já exposta no ponto anterior);
  5. Grande penalidade assinalada (mas mal) sobre Nuno Gomes (Resultado: nenhum, como se viu);
  6. Não expulsão de Carlitos pela violentíssima entrada sobre Ricardo Rocha (Resultado: nenhum, já que o Carlitos também não jogou nada a partir daí, como não jogara nada até aí).

O que se conclui? Destes 6 erros, os únicos que tiveram efectiva influência no resultado foram os dois primeiros, e nenhum deles foi cometido pelo árbitro.

Mas, bem vistas as coisas, perdemos com o líder da Super Liga, o que não é assim tão mau.

Faltam 32 jornadas para sermos campeões.


P.S. Fui ao Restelo ver o Belenenses – União de Leiria. A primeira meia hora foi fraquinha, a 2ª parte foi aceitável, mas o último quarto de hora da 1ª parte (altura em que o Belenenses marcou o 2º e o 3º golos) foi uma demonstração de futebol que dá gosto ver. É que o Belenenses foi simplesmente de-mo-li-dor.

E a grande notícia é: não há notícias!


Soube-se ontem da conclusão do processo de colocação de professores.

Consta que a coisa correu bem.

A notícia ficou reduzida a meros dois minutos no Telejornal. E se retirarmos à notícia aqueles bocadinhos da intervenção do representante da FENPROF e do próprio José Alberto Carvalho do tipo "... ao contrário do caos/pouca vergonha do ano passado..." a coisa resumir-se-ia a cerca de 50 segundos.

Raio de país este, em que não dá jeito nenhum as coisas correrem bem.

Académica 0 - Benfica 0

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Após o interregno, cumpre-me a espinhosa missão de comentar os primeiros resultados do Glorioso na Super Liga.

Em Coimbra, a coisa até nem correu muito mal. O resultado podia ser melhor, mas ainda fica por ver quem é que vai conseguir melhor do que o Benfica.

A esta altura, faltavam 33 jornadas para o Benfica ser campeão.

19 agosto 2005

Estou de volta


Mas ainda não quero que se saiba.
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Para a semana recomeço.